Gaia 15

Quando acordei estava de noite. De novo (ainda?) Geral estava dormindo menos Usagi e Rei que estavam de vigia. Tentei sentar e senti a pontada de dor na barriga onde o espinho estava. As meninas notaram e correram na minha direção protestando pra que eu ficasse quieto porque o ferimento ainda estava feio, mesmo depois de terem usando umas ervas pra tentar curar, mas não entenderam porque não estava funcionando direito depois de 2 dias ( D: ) que eu estava desacordado. "É por causa do espinho. Ele era venenoso e imagino que tenha algum tipo de propriedade mágica que iniba cura," eu sugeri Por algum motivo aquilo me pareceu lógico.
Cheguei a essa conclusão ao ver o manto dobrado pra ficar como um travesseiro pra mim. O mal estar que eu tinha sentido depois que o espinho me acertou sumiu quando eu coloquei o manto e agora tinha voltado quando ele foi tirado. Usei uma magia de cura pra testar minha teoria, mas a magia quase não teve efeito. "O que você fez?" perguntou Usagi. Respondi que tentei  usar uma magia de cura, mas ela não funcionou como deveria. "Você pode fazer isso?" Usagi estava boquiaberta. "Agora eu posso." Disse sorrindo. Peguei o manto e o coloquei de volta. O mal estar sumiu de novo e eu achei que minha ideia estava mesmo certa, então usei de novo a magia de cura e pude confirmar que o manto de alguma forma bloqueava efeitos mágicos negativos. Tirei o manto novamente e o mal estar voltou. Percebi que minha magia de cura apenas afetava ferimentos, mas não esses efeitos negativos.
Comecei a testar a magia de cura com a intenção de curar esse efeito e por mais que não pudesse fazer isso apenas por mim mesmo naquela situação, assim que testei usando o manto consegui dissipar o efeito negativo que o espinho tinha causado em mim e já aproveitei pra usar a magia em todo mundo, junto com novas camadas de escudos mágicos. Achando que eu parecia ter me cansado fazendo aquilo depois dos ferimentos que tinha sofrido, Rei sugeriu que eu voltasse a dormir. Eu meio que tentei argumentar que não precisava, que já estava melhor e tals, mas acabei foi dormindo sem nem perceber mesmo e isso foi motivo de piada e risos as minhas custas de todo mundo depois que eu acordei. E o bullying continuou. lol
Devidamente descansados, manto em posse e bullying rolando, era hora de seguir em frente de novo. Pelo mapa havia um guardião a sudoeste da torre, então fomos nessa direção. Não encontramos nada no caminho. Nem monstros, nem ervas, nem animais, mas o pântano estava ficando com uma névoa meio densa.
Após um tempo andando naquela névoa todo mundo começou a sentir mal. Tonturas, náuseas e fraqueza eram sintomas que estavam afetando a gente. Notei que também tinha sentido essas coisas com o veneno daquele monstro no interior da torre. Será que aquela névoa era venenosa também? Isso explicaria porque não havia nada vivo por ali. Imediatamente usei magia um escudo de fogo na intenção de queimar qualquer agente venenoso que pudesse estar no ar e a nova magia de cura para purificar os efeitos do veneno que já estava na gente. Bem, sendo honesto, estava apenas nos meus companheiros, como eu estava usando o manto não estava sentindo esses efeitos, mas isso não queria dizer necessariamente que eu não estava envenenado, apenas que o manto estava impedindo que eu sentisse os efeitos do veneno.
Pensei em outra coisa, usar a magia de vento pra manter aquela névoa afastada da gente e lancei uma camada de vento em torno da gente. Com a brisa em cima da gente o clima ficou mais agradável, mas ainda estava meio quente e pensei em usar a magia de água pra deixar tudo mais fresquinho (ui). Sabe, né? Água resfriada = gelo. Em partículas minúsculas simplesmente deixava o ambiente mais frio. Coisa linda poder manipular magias elementais assim.
Andamos, andamos, andamos e finalmente encontramos um altar no meio do nada, mas não tinha mais nada ali. Nem uma esfera como nos locais dos outros guardiões estava por ali. Procuramos nos arredores pra tentar encontrar alguma pista, mas também não encontramos nada.
"Será que não tem nada aqui?" Perguntou Hikaru. Era o que parecia, mas eu podia ver no mapa que tinha uma presença ali. Pedi que todo mundo se afastasse um pouco e puxei a espada. Usagi ficou toda cheia de expectativa e meio que surpresa. Comecei a concentrar poder mágico na espada pra ver se acontecia alguma coisa e bingo. Alguma coisa se agitou no ar e a névoa pareceu se mover. Olhei para o altar e tive certeza, a névoa estava indo pra lá.
Aumentei a força das magias defensivas que tinha colocado. Dava pra imaginar que aquilo tinha a ver com o guardião e provavelmente teríamos um encontro num futuro bem próximo. A névoa foi se concentrando, se concentrando e aparentemente toda aquela névoa que estava no ar por onde tínhamos vindo e no caminho a frente se juntou em uma esfera acima do altar. Esfera apenas na maneira de dizer, pois não era bem um cristal como as outras, esse estava mais pra um vórtex com aquela névoa rodando num turbilhão caótico. Todo aquele veneno concentrado dava até calafrio.
De repente saiu uma onda de choque daquele troço que se espalhou em todas as direções. O "cristal" brilhou e o guardião saiu de dentro dele. Esse dragão era enorme, muito maior que os outros. Usagi deu um berro, deu uns passos pra trás e caiu sentada no chão se tremendo de medo enquanto todo mundo se colocava em alerta pra atacar, mas o dragão não pareceu se importar. Estava com o olhar fixo em mim, mas não se movia.
Senti uma presença na minha mente. Imagens se formaram e pelo que eu consegui entender eu devia tirar o manto. Achei que similar ao que o dragão de fogo fez, esse dragão queria me testar de alguma forma, só que fui burro de não ter somado 1+1 e me antecipado sobre o tipo de coisa que estava por vir. Pedi que todos se acalmassem e não fizessem nada. Hikaru entendeu mais ou menos o que eu pensei e perguntou se era como o dragão de fogo. Eu confirmei com a cabeça. Ela suspirou e ficou com uma cara feia no rosto, obviamente não gostando da história. Os outros não tinham entendido e eu pedi que ela explicasse o que estava acontecendo. Enquanto isso, desmaterializei a espada e removi o manto.
Dei uns passos a frente na direção do guardião, dissipei as magias de proteção em mim e disse que estava pronto. Não estava...o bicho virou uma nuvem verde muito mais espessa que a névoa de antes, já que estava muito mais concentrada. Subiu em uma espiral curta e desceu de vez em cima de mim.
O que veio a seguir foi uma sensação irônica, considerando meus poderes sobre o fogo que me dão imunidade a ele. No instante que aquele troço tocou em mim eu fiquei com um veneno muito forte no corpo e o veneno foi completamente absorvido dentro de mim. Parecia que eu estava queimando de dentro pra fora e eu acabei caindo de joelhos no chão. Tentei inflamar o corpo pra queimar o veneno, mas como percebi não ia adiantar, já que era de origem mágica. Possivelmente usar aquela magia pra purificar funcionaria, mas achei que a ideia do teste era justamente eu resistir aquilo e dar um jeito de me virar daquela forma. Problema: era extremamente difícil pensar quando você está envenenado daquela forma. Seu corpo não se mexe direito, a mente não funciona direito e só o que você consegue sentir é náusea e fraqueza no corpo. É a coisa tava complicada pra mim, não era só o caso de resistir a uma pressão externa como aconteceu antes.
A galera começou a me encorajar dizendo que eu conseguia superar aquilo e Hikaru ficou segurando o manto próximo de mim. Certeza que ela estava pensando em jogar aquele negócio em mim se sentisse que ia dar ruim, o que provavelmente faria com que eu falhasse no teste, então preferia que ela não fizesse isso, mas não poderia culpa-la se assim o fizesse.
Fiquei ali, com o corpo ardendo, mal me aguentando de joelhos e sem conseguir raciocinar direito. Usar magia não parecia ser opção, tinha que resolver aquilo por mim mesmo. Pensei nas maneiras que usamos pra vencer os outros guardiões. O de água foi atacando o cristal que ele tinha no pescoço, o de fogo foi resistindo a pressão que ele estava fazendo e o de vento foi assimilando as energias dos elementos dos guardiões anteriores pra conseguir usar contra o vento. Isso me deu uma ideia. Se a ideia era eu dar um jeito naquele veneno sem usar minha magia pra cura-lo, como ele já estava dentro de mim porque não tentar transferi-lo pra onde não afetasse meu corpo?
Fazendo uma força bem grande, me levantei e puxei novamente a espada (e quase caí de novo :D ). Da mesma forma que havia concentrado poder mágico na espada antes, fiz isso novamente, mas dessa vez tentei forçar o veneno a sair do meu corpo e ir pra espada. Demorou alguns instantes, mas finalmente consegui sentir que estava funcionando  e cada vez mais rápido o veneno ia na direção da espada. Quando todo o poder do guardião foi transferido dava pra sentir a pressão emanando da espada. O mal estar havia passado e só o que restava era o cristal em cima do altar. Cheguei mais perto e apontei a espada pra ele na expectativa de que algo acontecesse, mas ficou tudo na mesma, então eu "cortei" aquele turbilhão e tanto a energia que estava nele quanto a que estava na espada foram absorvidas pela joia no peito da armadura.
Mais um pra conta.

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