Gaia 15

Quando acordei estava de noite. De novo (ainda?) Geral estava dormindo menos Usagi e Rei que estavam de vigia. Tentei sentar e senti a pontada de dor na barriga onde o espinho estava. As meninas notaram e correram na minha direção protestando pra que eu ficasse quieto porque o ferimento ainda estava feio, mesmo depois de terem usando umas ervas pra tentar curar, mas não entenderam porque não estava funcionando direito depois de 2 dias ( D: ) que eu estava desacordado. "É por causa do espinho. Ele era venenoso e imagino que tenha algum tipo de propriedade mágica que iniba cura," eu sugeri Por algum motivo aquilo me pareceu lógico.
Cheguei a essa conclusão ao ver o manto dobrado pra ficar como um travesseiro pra mim. O mal estar que eu tinha sentido depois que o espinho me acertou sumiu quando eu coloquei o manto e agora tinha voltado quando ele foi tirado. Usei uma magia de cura pra testar minha teoria, mas a magia quase não teve efeito. "O que você fez?" perguntou Usagi. Respondi que tentei  usar uma magia de cura, mas ela não funcionou como deveria. "Você pode fazer isso?" Usagi estava boquiaberta. "Agora eu posso." Disse sorrindo. Peguei o manto e o coloquei de volta. O mal estar sumiu de novo e eu achei que minha ideia estava mesmo certa, então usei de novo a magia de cura e pude confirmar que o manto de alguma forma bloqueava efeitos mágicos negativos. Tirei o manto novamente e o mal estar voltou. Percebi que minha magia de cura apenas afetava ferimentos, mas não esses efeitos negativos.
Comecei a testar a magia de cura com a intenção de curar esse efeito e por mais que não pudesse fazer isso apenas por mim mesmo naquela situação, assim que testei usando o manto consegui dissipar o efeito negativo que o espinho tinha causado em mim e já aproveitei pra usar a magia em todo mundo, junto com novas camadas de escudos mágicos. Achando que eu parecia ter me cansado fazendo aquilo depois dos ferimentos que tinha sofrido, Rei sugeriu que eu voltasse a dormir. Eu meio que tentei argumentar que não precisava, que já estava melhor e tals, mas acabei foi dormindo sem nem perceber mesmo e isso foi motivo de piada e risos as minhas custas de todo mundo depois que eu acordei. E o bullying continuou. lol
Devidamente descansados, manto em posse e bullying rolando, era hora de seguir em frente de novo. Pelo mapa havia um guardião a sudoeste da torre, então fomos nessa direção. Não encontramos nada no caminho. Nem monstros, nem ervas, nem animais, mas o pântano estava ficando com uma névoa meio densa.
Após um tempo andando naquela névoa todo mundo começou a sentir mal. Tonturas, náuseas e fraqueza eram sintomas que estavam afetando a gente. Notei que também tinha sentido essas coisas com o veneno daquele monstro no interior da torre. Será que aquela névoa era venenosa também? Isso explicaria porque não havia nada vivo por ali. Imediatamente usei magia um escudo de fogo na intenção de queimar qualquer agente venenoso que pudesse estar no ar e a nova magia de cura para purificar os efeitos do veneno que já estava na gente. Bem, sendo honesto, estava apenas nos meus companheiros, como eu estava usando o manto não estava sentindo esses efeitos, mas isso não queria dizer necessariamente que eu não estava envenenado, apenas que o manto estava impedindo que eu sentisse os efeitos do veneno.
Pensei em outra coisa, usar a magia de vento pra manter aquela névoa afastada da gente e lancei uma camada de vento em torno da gente. Com a brisa em cima da gente o clima ficou mais agradável, mas ainda estava meio quente e pensei em usar a magia de água pra deixar tudo mais fresquinho (ui). Sabe, né? Água resfriada = gelo. Em partículas minúsculas simplesmente deixava o ambiente mais frio. Coisa linda poder manipular magias elementais assim.
Andamos, andamos, andamos e finalmente encontramos um altar no meio do nada, mas não tinha mais nada ali. Nem uma esfera como nos locais dos outros guardiões estava por ali. Procuramos nos arredores pra tentar encontrar alguma pista, mas também não encontramos nada.
"Será que não tem nada aqui?" Perguntou Hikaru. Era o que parecia, mas eu podia ver no mapa que tinha uma presença ali. Pedi que todo mundo se afastasse um pouco e puxei a espada. Usagi ficou toda cheia de expectativa e meio que surpresa. Comecei a concentrar poder mágico na espada pra ver se acontecia alguma coisa e bingo. Alguma coisa se agitou no ar e a névoa pareceu se mover. Olhei para o altar e tive certeza, a névoa estava indo pra lá.
Aumentei a força das magias defensivas que tinha colocado. Dava pra imaginar que aquilo tinha a ver com o guardião e provavelmente teríamos um encontro num futuro bem próximo. A névoa foi se concentrando, se concentrando e aparentemente toda aquela névoa que estava no ar por onde tínhamos vindo e no caminho a frente se juntou em uma esfera acima do altar. Esfera apenas na maneira de dizer, pois não era bem um cristal como as outras, esse estava mais pra um vórtex com aquela névoa rodando num turbilhão caótico. Todo aquele veneno concentrado dava até calafrio.
De repente saiu uma onda de choque daquele troço que se espalhou em todas as direções. O "cristal" brilhou e o guardião saiu de dentro dele. Esse dragão era enorme, muito maior que os outros. Usagi deu um berro, deu uns passos pra trás e caiu sentada no chão se tremendo de medo enquanto todo mundo se colocava em alerta pra atacar, mas o dragão não pareceu se importar. Estava com o olhar fixo em mim, mas não se movia.
Senti uma presença na minha mente. Imagens se formaram e pelo que eu consegui entender eu devia tirar o manto. Achei que similar ao que o dragão de fogo fez, esse dragão queria me testar de alguma forma, só que fui burro de não ter somado 1+1 e me antecipado sobre o tipo de coisa que estava por vir. Pedi que todos se acalmassem e não fizessem nada. Hikaru entendeu mais ou menos o que eu pensei e perguntou se era como o dragão de fogo. Eu confirmei com a cabeça. Ela suspirou e ficou com uma cara feia no rosto, obviamente não gostando da história. Os outros não tinham entendido e eu pedi que ela explicasse o que estava acontecendo. Enquanto isso, desmaterializei a espada e removi o manto.
Dei uns passos a frente na direção do guardião, dissipei as magias de proteção em mim e disse que estava pronto. Não estava...o bicho virou uma nuvem verde muito mais espessa que a névoa de antes, já que estava muito mais concentrada. Subiu em uma espiral curta e desceu de vez em cima de mim.
O que veio a seguir foi uma sensação irônica, considerando meus poderes sobre o fogo que me dão imunidade a ele. No instante que aquele troço tocou em mim eu fiquei com um veneno muito forte no corpo e o veneno foi completamente absorvido dentro de mim. Parecia que eu estava queimando de dentro pra fora e eu acabei caindo de joelhos no chão. Tentei inflamar o corpo pra queimar o veneno, mas como percebi não ia adiantar, já que era de origem mágica. Possivelmente usar aquela magia pra purificar funcionaria, mas achei que a ideia do teste era justamente eu resistir aquilo e dar um jeito de me virar daquela forma. Problema: era extremamente difícil pensar quando você está envenenado daquela forma. Seu corpo não se mexe direito, a mente não funciona direito e só o que você consegue sentir é náusea e fraqueza no corpo. É a coisa tava complicada pra mim, não era só o caso de resistir a uma pressão externa como aconteceu antes.
A galera começou a me encorajar dizendo que eu conseguia superar aquilo e Hikaru ficou segurando o manto próximo de mim. Certeza que ela estava pensando em jogar aquele negócio em mim se sentisse que ia dar ruim, o que provavelmente faria com que eu falhasse no teste, então preferia que ela não fizesse isso, mas não poderia culpa-la se assim o fizesse.
Fiquei ali, com o corpo ardendo, mal me aguentando de joelhos e sem conseguir raciocinar direito. Usar magia não parecia ser opção, tinha que resolver aquilo por mim mesmo. Pensei nas maneiras que usamos pra vencer os outros guardiões. O de água foi atacando o cristal que ele tinha no pescoço, o de fogo foi resistindo a pressão que ele estava fazendo e o de vento foi assimilando as energias dos elementos dos guardiões anteriores pra conseguir usar contra o vento. Isso me deu uma ideia. Se a ideia era eu dar um jeito naquele veneno sem usar minha magia pra cura-lo, como ele já estava dentro de mim porque não tentar transferi-lo pra onde não afetasse meu corpo?
Fazendo uma força bem grande, me levantei e puxei novamente a espada (e quase caí de novo :D ). Da mesma forma que havia concentrado poder mágico na espada antes, fiz isso novamente, mas dessa vez tentei forçar o veneno a sair do meu corpo e ir pra espada. Demorou alguns instantes, mas finalmente consegui sentir que estava funcionando  e cada vez mais rápido o veneno ia na direção da espada. Quando todo o poder do guardião foi transferido dava pra sentir a pressão emanando da espada. O mal estar havia passado e só o que restava era o cristal em cima do altar. Cheguei mais perto e apontei a espada pra ele na expectativa de que algo acontecesse, mas ficou tudo na mesma, então eu "cortei" aquele turbilhão e tanto a energia que estava nele quanto a que estava na espada foram absorvidas pela joia no peito da armadura.
Mais um pra conta.

Gaia 14

Eu estava errado. Quando vi a torre achei que iríamos subir, mas assim que passamos pela entrada vimos que nem pra onde subir tinha. No meio do salão tinha algo parecido com um altar e um caminho levando pra baixo. Sim, pense naquela inquietação que estávamos sentindo antes voltando e se elevando exponencialmente.
De repente tive o vislumbre de um manto dentro de um baú em uma sala....escura...e senti uma presença vindo de dentro daquele caminho. Boa ou má não sabia dizer, mas era relativamente forte. Expliquei a situação e sugeri que nos dividíssemos em 2 grupos, um ia comigo pra onde quer que aquela capa estivesse e o outro ficaria ali pro caso de acontecer alguma coisa. Começamos a discutir quem iria comigo e quem ficaria quando Ferio chamou nossa atenção para um detalhe: ele não conseguia passar pela descida...As garotas tentaram e nenhuma delas conseguia do mesmo jeito que Ferio. Bem, isso facilitava as cosias, não? Desceríamos eu e mais ninguém e a galera ficava me esperando do lado de fora, porque why the fuck not?
Suspirei. Hikaru deu uma risadinha sem graça e disse que ia ficar tudo bem. "Eu sei!" respondi, "mas é sempre bom ter alguém do lado pra fazer companhia e jogar conversa fora." Senti uma sensação estranha de que aquela torre por qualquer motivo "desaparente" poderia despencar na cabeça da gente de uma hora pra outra e reforcei as magias de proteção em todo mundo deixando de aviso que se por qualquer motivo aquele lugar começasse a tremer e parecer que ia despencar que era pra todo mundo correr pra fora e não me esperar. Claro que houveram protestos, mas eu lembrei que já que ninguém conseguia descer ali não ia fazer muita diferença de qualquer forma. Eles não gostaram mas concordaram.
Com tudo nos devidos lugares adentrei o caminho levando ao interior da torre. Claro, não havia iluminação nenhuma ali, então tive que dar a luz. Com os experimentos feitos antes do pessoal acordar tentei focar no que Ariana tinha dito sobre assimilar e mudar com a minha vontade e consegui fazer a espada se transformar em água e fogo, então tirei proveito disso e criei uma "tocha" pra escuridão.
Aquilo tava parecendo um labirinto com tanto corredor que dava em outros corredores. Até cheguei a pensar que ia encontrar um minotauro naquela buraco, mas spoilando o futuro não tão longínquo, não, não tinha minotauro nenhum lá, mas tinham corredores. Falei que tinham MUITOS corredores? Vendo aquela torre pelo lado de fora não parecia, mas aquilo era fundo. Não saberia dizer quantos metros(quilômetros? o.O) eu tinha descido, mas sabia que não tava ali a poucos minutos.
Alguns milhares de corredores depois cheguei a um canto fechado com algumas marcas nas paredes similares as da caverna do primeiro dragão e imaginei que deveria haver alguma coisa ali, mas diferente da caverna não tinha um altar e nenhuma esfera escondida. Cancelei a magia que deixava a espada em forma de fogo pra que ela voltasse ao normal e usei uma magia de fogo pra criar uma bolinha (não tão inha) flamejante pra iluminar e me senti idiota por não ter feito isso antes. olhando as marcas na parede resolvi encostar a espada nelas pra ver se acontecia alguma coisa. Bingo! A parede brilhou levemente e literalmente desapareceu revelando um salão (bem ão) com uma estrutura bem parecida com aqueles templos gregos.
No meio do templo tinha um objeto retangular flutuando e emitindo uma luz azulada bem fraca. Fiquei meio receoso, mas resolvi encostar a mão nele assim mesmo, mas nada aconteceu. Encostei  a espada como havia feito na parede fechada, mas também não deu em nada. Tentei empurrar e puxar o objeto e nada de novo...Taquei uma magia de fogo e assim que ela encostou no objeto o objeto brilhou e refletiu a magia de volta em cima de mim. Imunidade a fogo mandou lembranças. Fiquei feliz de não ter usado uma de água. Podia ter dado ruim. Pensei que se magia volta, talvez um foguinho natural desse algum resultado e taquei fogo com meus próprios poderes mutantes. O objeto começou a ficar vermelho como um metal sendo aquecido e o brilho azulado diminuiu e desapareceu. Pra garantir usei mais umas camadas de magias de proteção e continuei tacando fogo. O objeto caiu no chão. Eu parei e fiquei observando na expectativa que algo pudesse acontecer. And guess what? Aconteceu. A vermelhidão do calor foi diminuindo, diminuindo, diminuindo e BOOM. Aquele troço explodiu de um jeito que me tacou longe.
Levantei completamente atordoado e a coisa só não foi pior pela proteção que eu tinha preparado. Quando recuperei o equilíbrio e olhei pra onde o objeto estava ele não estava mais. No lugar tinha alguma outra coisa flutuando com uma luz branca que eu não conseguia identificar o que era. Fui me aproximando e no instante que levantei a mão pra tentar tocar no que quer que fosse aquilo um som bem alto veio do lado de fora. De boas, aquele barulho deu um puta frio na espinha. Eu saí e procurei pelos lados, mas não vi nada. Olhei pra cima e tinha uma sombra enorme andando pelas paredes e obviamente ela tinha se dado conta da minha presença ali embaixo, pois pulou de lá de cima na minha direção.
Desviei facilmente do ataque, mas aquele troço não estava disposto a descansar e atacava repetidamente. Sim, troço é a melhor forma que eu consigo descrever seja lá wtf que fosse aquilo. De certa forma lembrava uma arraia marinha, mas na ponta de cada "asa" e da cauda haviam espinhos enormes assim como nas costas e a cabeça era pra fora do corpo. Por espinhos, entenda um troço parecido com um chifre de rinoceronte, só que bem mais longo. A boca era uma coisa linda pra não dizer ao contrário. Ele usava os espinhos pra atacar e eu estava só desviando no início e usando magias na esperança de botar o bicho pra correr achando que era apenas um animal cuidando de sua "casa," mas ele não parecia estar disposto a isso, então após desviar de um dos ataques cortei o espinho da asa esquerda derrubando o bicho no chão. Como estava muito próximo de um canto resolvi passar por cima dele pra ter mais espaço e digamos que essa não foi assim a melhor ideia que eu já tive na vida.
Enquanto estava voando a uma certa distância acima dele o infeliz tacou uma saraivada de espinhos das costas pra cima de mim. Na minha cabeça veio bem rápido que meu campo telecinético estava ativado e as magias de proteção também, então aquilo não deveria ser nenhuma ameaça, certo? HA! Não poderia ter estado mais errado mesmo que eu quisesse! Mesmo assim, por qualquer motivo, talvez reflexo, simplesmente desferi um ataque com a espada pra destruir aqueles espinhos, o que provavelmente foi o motivo de eu não ter morrido ali mesmo.
Meu ataque destruiu quase todos os espinhos, mas 4 deles passaram pelo ataque. Um passou batido, um acertou no peito mas a armadura bloqueou, um me acertou na perna esquerda e o outro atravessou minha barriga do lado direito. Surpreso e sentindo uma puta dor do carvalho eu não consegui controlar o voo e cai de lado no chão. Aquilo não fazia sentido. Ser atingido por espinhos sendo que só meu campo telecinético deveria bloquear qualquer coisa física não era algo que deveria acontecer..
Demorei um breve momento pra recuperar o foco e conseguir me "levantar" (só voando mesmo, porque força pra me manter de pé não tinha.) O bicho também se levantou no canto dele, mas tinha mais dificuldade de se mover do que eu por causa da diferença entre a asa com espinho e a sem que eu havia cortado. Vi que deveria terminar com aquilo logo antes que houvessem mais surpresas e usei outro ataque como o que havia usado pra destruir os espinhos, mas dessa vez focado direto na origem do problema. Ao ser atingido o bicho desintegrou e eu cambaleei e caí no chão de novo. Aqueles espinhos provavelmente estavam envenenados pois estava começando a me sentir tonto e me sentir mal. Tentei tirar o espinho, mas só de segurar e fazer força me dava tremedeira e não conseguia manter a força no corpo. Ouvi a voz de Ariana na minha mente de novo dizendo pra eu pegar o artefato dentro do templo. Fui até lá e ele ainda estava ali brilhando e flutuando no mesmo lugar. Assim que o toquei o brilho sumiu e eu pude ver o manto que tinha ido buscar. "Use-o, rápido! E volte pros seus amigos."
Assim que coloquei o manto senti o mal estar se dissipar, mas a dor dos ferimentos ainda estavam presentes. "Essa câmara não se localiza diretamente sobre a torre, use sua magia para destruir o teto e saia por aí." Ouvindo isso pensei que ela poderia ter me dito isso antes pra eu descer diretamente por ali e pouparia tempo andando por aqueles corredores sem fim, mas Ariana respondeu que enquanto o manto estava selado naquele "baú" nenhum tipo de magia ou ataques conseguiria destruir as paredes da câmara. Ta bom então...
Concentrei um ataque com a espada e dei o corte pra cima pra destruir o teto da sala e rapidamente usei uma magia de água pra criar uma barreira a minha volta e condensei pra se tornar gelo e atravessar os escombros que estavam caindo. Do lado de fora, olhei a minha volta pra localizar a torre e assim que localizei fui em sua direção com os ferimentos doendo pra carvalho e sangrando muto pela perna onde o espinho tinha rasgado. O da barriga não estava sangrando muito pelo simples fato de ter ficado atravessado ali.
Minha visão começou a ficar turva, mas consegui chegar na torre e vi que todo mundo tava do lado de fora. Assim que me viram correram na minha direção e eu despenquei no chão a pouca distância de onde estavam, completamente desacordado.

Gaia 13

Com oito pessoas no grupo os poucos monstros que encontrávamos viravam patê rapidinho e eu deixava sempre todo mundo protegido com as magias que aprendi, inclusive conseguia usar magias com elementos misturados pra dar um efeito mais forte.
Passeando pela não mais floresta, o terreno foi ficando cada vez mais pantanoso. As garotas estavam começando a entrar em pânico de ter que seguir por ali e se aprofundar naquele lugar úmido. Usagi e Rei estavam quase chorando imaginando se sujarem no lamaçal, eu me segurava pra não rir e Ferio dava facepalm atrás de facepalm e comentava baixo que elas duas eram a mesma coisa que Umi. Hikaru riu com esse comentário e concordou.
Mesmo rindo dos chiliques que as duas tinham, todos tivemos que concordar que por mais que inicialmente não tivesse nada demais, após algum tempo o lugar foi começando a ficar meio macabro, principalmente quando foi ficando escuro. Começamos a procurar um lugar pra descansar e poder sentar, mas era só lama e água pra qualquer lado que olhássemos. Não era um clima agradável, era meio deprimente pra ser bem sincero.
Em um determinado momento Usagi gritou e se agarrou em Ami, choramingando e apontando pra uma poça. Haviam vários esqueletos ali. Inicialmente pensei que fossem de animais, mas depois de olhar com atenção pareciam humanoides...Não humanos, devido ao tamanho avantajado, mas mesmo assim aquilo atingiu os nervos da gente. Será que não estávamos sozinhos ali naquele lugar?
Por algum motivo decidi cremar os ossos. acho que alguma coisa no fundo da mente temia que eles se levantassem e nos atacassem ao estilo zumbi. Talvez muito jogo de rpg com mortos vivos tenham me deixado com esse pé atrás. Bem, fomos teleportados pra um mundo estranho, éramos atacados a toda hora monstros que queriam nosso sangue e perdemos alguns amigos na jornada. Acho que não da pra me culpar por tentar ser cauteloso, né? ANYWAYS, andamos por mais algumas horas até que finalmente encontramos um montinho de terra mais elevado e SECO onde podíamos sentar sem molhar nossos respectivos derrières naquele aguaceiro fedorento.


Durante a noite não aconteceu nada, apenas dormimos alternando em grupos já que ninguém conseguia se sentir tranquilo o suficiente pra dormir sem nenhum vigia no meio daquele lugar. Ferio ficou primeiro e depois me acordou. Era pra eu passar pra Makoto, mas acabei perdendo o sono e deixei todo mundo dormir enquanto ficava de guarda. Aproveitei pra fazer mais alguns testes com as magias tentando não acordar ninguém e enquanto treinava vi algumas luzes a uma certa distância de onde estávamos. Pensei que eram vagalumes, mas as luzes não se apagavam. Mais e mais luzes apareceram e foram se aproximando. Fiquei em alerta e já estava me virando pra acordar o pessoal, mas por algum motivo toda a apreensão que eu estava sentindo por estar naquele lugar e por aquelas luzes que eu não sabia o que eram simplesmente sumiram e eu comecei me sentir tranquilo.
As luzes se aproximaram mais, começaram a circular em torno de mim e pareciam estar ressoando entre si. Hikaru acordou e levantou em um pulo soltando um "O QUE É ISSO?" que acordou todo mundo. Com eles foi a mesma coisa, inicialmente sentiram uma inquietação que sumiu rapidamente e tiveram a mesma sensação de calma e tranquilidade que eu senti, então as garotas ficaram encantadas em "como essas luzinhas são lindas!" Então elas começaram a circular cada vez mais rápido, quase como se estivessem dançando, até formar um pilar de luz a minha volta e se concentrar na minha frente até ser disparado na mesma direção em que estávamos seguindo e iluminando uma grande área bem mais pra dentro do pântano.
Discutimos se deveríamos continuar naquele momento ou voltar a dormir e todos decidiram seguir a luz. Seguimos em frente e após mais algo que pareceu horas encontramos o que procurávamos, a Torre Esquecida.


Gaia 12

Seguindo na direção que Ariana havia indicado era possível ver que estávamos nos aproximando de uma área pantanosa. Ainda existiam muitas árvores pelo caminho que estávamos indo, mas o solo já estava ficando cada vez mais úmido. Achamos que seria melhor seguir pela floresta o máximo que fosse possível. Resolvemos parar quando começou a escurecer já que a área da floresta já estava perto de terminar e achamos que não ia ser muito interessante entrar no pântano anoitecendo e realmente não demorou pra noite cair.Depois do dragão de vento não encontramos muita coisa no caminho até ali, então eu ficava experimentando ideias com magias de vento e maneiras diferentes de controlar a espada e acabava levando um bom tempo nisso, mas as poucas ideias que tive foram baseadas nas magias de Fuu.

Em uma das noites enquanto tentava ter novas ideias ouvi um barulho próximo de onde estávamos. Hikaru já estava dormindo, mas como não tinha certeza se era alguma coisa importante e considerando que não havia nenhum selo próximo para me preocupar com algum guardião e nossos chegados monstros rotineiros não vinham representando muito risco, apenas usei algumas magias de proteção em mim e Hikaru e fui verificar se o barulho era algo que realmente necessitasse de alguma atenção atenção em especial. Enquanto me aproximava do local de onde tive a impressão que o barulho havia vindo puxei a espada. E foi justamente isso que abriu a brecha pro que veio a seguir. De um ponto próximo ouvi uma voz sussurrando alguma coisa e vi um brilho aumentando de tamanho extremamente rápido e veio pra cima de mim. O brilho era um raio, uma baita descarga elétrica que me jogou longe em uma árvore a uns poucos metros de onde Hikaru estava dormindo. A parte da árvore que o raio atingiu se incinerou e o resto pegou fogo na hora iluminando o local.

Não fosse pelas magias de proteção que eu tinha usado provavelmente eu teria virado pó. Com a barulheira Hikaru acordou num pulo sem entender o que estava acontecendo, até me ver estirado no chão me contorcendo e ver que alguém se aproximava. Ela tirou sua espada e lançou uma magia no nosso atacante, que foi respondido com um novo raio em sua direção, mas ela conseguiu se desviar a tempo devido a distância que os separavam. Mais vozes surgiram vindas de onde fomos atacados, mas o dano que eu sofri foi tão grande que eu ainda não tinha me recuperado o suficiente fazer coisa alguma. Minha cabeça rodava e eu pude ouvir as vozes se aproximando cada vez mais. Tentei me levantar, mas caí. A sensação que eu tinha era que estava queimando, sensação estranha pra alguém imune ao fogo. As vozes começaram a falar alguma coisa que me sugeriram que iam atacar, mas uma delas gritou mais alto tomando a tenção de todos "Não, parem! Todas vocês!" Minha visão escureceu e as vozes foram ficando distantes até que eu não consegui ouvir mais nada.

Quando eu acordei já era dia. Tentei levantar abruptamente quando lembrei do que aconteceu, mas o "choque" que percorreu por dentro não permitiu. Rolei no chão de dor e minha visão ficou escura de novo. "Não levante, você está muito ferido." A voz não me era estranha, mas não consegui identificar. A visão começou a clarear e eu consegui ver o vulto da pessoa. Quando minha mente ficou mais clara consegui usar uma magia de cura. O alívio foi imediato. A cabeça parou de girar, a dor pelo corpo começou a sumir, a visão se ajustou e eu consegui finalmente me levantar, então olhei pro lado reconheci quem estava me fazendo companhia. "Ami-chan?" Ela sorriu. "Fico feliz que não tenha se esquecido de mim depois de termos lutado juntos." Ami Mizuno, Sailor Mercury. De alguma forma eu acabei atravessando a barreira da realidade do mundo dos X-Men pra realidade do mundo de Sailor Moon depois que a SHIELD tentou me capturar após umas missões que o Cable fez com a X-Force, eu tinha saído da equipe e me juntado novamente aos X-Men quando aconteceu, mas aparentemente a SHIELD não sabia disso. De qualquer forma, não sei como aconteceu, muito menos como voltei depois. Houve uma baita explosão quando a Sailor Moon derrotou a rainha Beryl e eu acabei voltando pra realidade dos X-Men. "Não tinha como eu esquecer de vocês depois de tudo. Onde estão as outra garotas? E Hikaru? O que aconteceu aqui?" Só agora tinha me dado conta que não tinha mais ninguém ali e comecei a ficar preocupado com Hikaru. "Não se preocupe, ta tudo bem agora. Ela foi com Usagi e as outras meninas verificar os arredores. Ah sim, Ferio-san está com elas. Ele é um amigo dela que nós encontramos por aqui e tem nos ajudado. Você conhece ele?" Fiz que não com a cabeça. "Nunca ouvi falar, mas se Hikaru confia nele com certeza é uma boa pessoa."


Eu olhei em volta e percebi que não estávamos no mesmo lugar que tínhamos parado no dia anterior, mas podia ver o lugar onde o raio tinha me acertado. "Então...o que exatamente aconteceu ontem a noite? O que foi que me acertou daquele jeito?" O rosto de Ami ficou meio vermelho. "Bem, na verdade...erm..." "Na verdade fui eu." Dessa vez eu reconheci a voz, provavelmente por ter lembrado de desses fatos enquanto conversava com Ami. A voz era de Makoto Kino, Sailor Jupiter. Junto dela vinham todas as meninas e quem eu concluí ser Ferio com Hikaru. "Como assim, foi você?" Ela baixou a cabeça. "Bem, você vai concordar comigo que tava muito escuro e não dava pra ver nada. Eu ouvi uns ruídos  e fui ver o que era, mas acabei em uns galhos. Quando percebi vi que tinha alguma coisa quase em cima de mim. Eu pensei que era um desses monstros que tem perseguido a gente por essa floresta e decidi atacar. Só depois que Hikaru atacou de volta e Ferio impediu que nós nos atacássemos percebi que era você. Sinto muito, por favor me perdoe." Eu ri. Muito. Ela levantou o rosto com uma mistura de surpresa e raiva na expressão. "Desculpe, Mako-chan, não foi intencional, mas realmente você não precisa se desculpar, você só tava tentando se proteger e proteger as meninas, certo, princesa?" Disse olhando pra Usagi. Usagi Tsukino, Sailor Moon. Ela sorriu de volta e fez que sim com a cabeça. "É bom ver vocês de novo meninas." Hikaru me apresentou Ferio. Ele e Fuu eram...."chegados".


Rei perguntou se nós estávamos fazendo alguma coisa em específico ou se apenas estávamos andando sem rumo certo como elas estavam. Confirmei que sim. Pedi que se aproximassem pra que eu pudesse contar o que estava acontecendo. Parece que até ali elas só tinham encontrado com os monstros. Elas tinham que saber que as coisas não eram assim tão simples.

Gaia 11

Enquanto explicava à Hikaru o que Ariana havia me dito a expressão de WTF na cara dela só aumentava. "Como assim 'séculos' atrás? De quanto tempo exatamente nós estamos falando?" Eu realmente não fazia ideia. Acho que nem Ariana sabia ao certo, já que com a mente naquele estado de dormência que ela deu a entender que estava provavelmente ela não uma noção de tempo muito precisa. Admito que também fiquei pensando naquilo por um bom tempo. Ariana disse que isso aconteceu séculos atrás e só restavam umas poucas pessoas nesse mundo dela, se Haigan chegou ali já com tanto poder já deveria existir a muito tempo. Sendo o caso, qual o nível de poder ele realmente tinha? ( Over 9000? ) Sem muito o que fazer sobre isso, continuamos pela Terra Média nossa jornada.

Se pra chegar no segundo selo nós demoramos algumas semanas desde que eu cheguei aqui, do segundo pro terceiro foi mais ou menos o triplo desse tempo. Período no qual nós percebemos que existiam variedades de cabeçudos e trolls. Enquanto os cabeçudos eram apenas mais rápidos, esses trolls não tinham a mesma vulnerabilidade ao fogo que os anteriores tinham. De fato, pareciam não ter vulnerabilidade a nada que podíamos fazer, mas levando em conta que eles não conseguiam nos acertar por causa do velho, querido e refrescante escudo de água (no caso de Hikaru) e do meu campo telecinético, não fazia muita diferença, apenas retalhávamos o que se aproximasse e continuávamos na direção do terceiro selo.

Hikaru comentou que já fazia um tempo que notou que o vento na floresta não cessava já a alguns dias e parecia  ficar mais forte. Comecei a prestar atenção depois que ela mencionou isso e percebi que ela estava certa. Passaram mais uns 4 dias até que sentimos uma presença no vento. Era realmente forte e deixou Hikaru com calafrios. Pouco depois, um grupo bem grande  de monstros apareceu e correu para nos atacar, mas enquanto pegávamos nossas armas o vento mudou. Dava pra perceber até ali que o vento vinha mais ou menos da direção na qual nós estávamos indo, mas nessa hora pareceu que ele veio de todas as direções e se concentrando no local onde o grupo de monstros estavam. Todos pararam na hora, ou o mais certo a se dizer, todos foram parados na hora. O vento jogou uns contra os outros e por vim de tantos lados diferentes só podiam fluir para cima. O resultado foi um tornado tão forte que em meio a monstros, garras, espinhos, pedras e lascas de árvores, destroçou tudo que estava dentro dele.

Hikaru perguntou se era eu quem estava fazendo aquilo e minha resposta foi apenas sacudir a cabeça negando. Pude ouvir ela murmurando "Fuu..." e levou um instante até me tocar que ela teve esse pressentimento devido a afinidade elemental de sua amiga, que usa magia de vento, mas a presença ali com certeza deixava claro que não era ela e sim alguma coisa diferente.

O tornado ficou mais forte e um urro veio de seu interior. Dentro dele dois brilhos se tornaram visíveis. Pareciam....olhos? Tive a impressão de que aqueles "olhos" se fixaram em mim. Um breve instante e senti uma vibração vindo da espada. A joia brilhou me mostrando o mapa do mundo na minha mente com as marcações que sempre via. E onde eu "sabia" que era a posição em que estávamos havia a marca do terceiro selo.

Rajadas de vento começaram a vir na nossa direção, tentando nos jogar para longe. Mesmo meu campo telecinético e o escudo de água pouco adiantava, mas pelo menos nos protegiam dos objetos que vinham com o vento.

Nós mal conseguíamos ficar em pé enquanto nos esforçávamos para isso, o tornado avançou em nossa direção jogando eu para um lado e Hikaru para outro. Hikaru caiu no chão, eu atravessei uma árvore e parei estirado em uma rocha. Te falar....doeu assim, numa escala de 0 à 10....foi uns 30 brincando. A parte que fez eu me sentir menos mal na história, ele vei atrás de mim, não de Hikaru. Aí foi a hora do pega pra capar. Magia não funcionava, tanto fogo quanto água eram empurrados pelo vento. Espadada no vento? É.....não rola....pega uma vassoura e tenta bater no vento pra testar. Faz algum estrago? Comigo também não. Lá estava eu. Estirado em uma rocha, quase sem conseguir me mover, ouvindo os gritos abafados de Hikaru que ficava tentando usar magia e eu tentando pensar em alguma coisa útil pra se fazer contra o vento, mas nada me vinha a cabeça.

Por qualquer motivo que seja, lembrei de quando estava lutando com Haigani e ele falou alguma coisa sobre a espada ressoar comigo. Tentei tirar isso da cabeça, mas não conseguia de forma alguma. Olhei a espada por um momento. "Ressoar?" pensei. Ressoar como? "Cada selo possui uma parte da energia que os archmages dispersaram quando Haigan chegou aqui. Como a intenção era impedir que ele a absorvesse e agora pode ser usada contra ele, a energia está assumindo uma forma que pode te auxiliar em sua luta, mas para isso você precisa passar pelo teste que os guardiões vão impor. Dessa forma você vai provar ser digno de usar seus poderes. Você conseguiu assimilar e evoluir a magia que aprendeu com as energias que encontrou, mas não são só as magias que podem evoluir. A espada também vai assimilar e mudar de acordo com a sua vontade. Acima de tudo, ela é energia."

"Ariana? Você quer dizer que eu posso usar a espada contra o vento?" Não houve resposta, mas pela primeira vez eu pensei na natureza da espada e comecei a imaginar como poderia usa-la de formas diferentes. No momento, eu precisava dispersar o vento. "Assimilar e mudar de acordo com a minha vontade..." Com isso em mente, me foquei em dispersar o vento e avancei na direção do tornado. Hikaru gritou alguma coisa que eu não consegui entender e uma rajada de vento saiu do tornado em minha direção. Não pensei em outra coisa além de "cortar" ela no meio e qual não foi a minha surpresa quando senti que a rajada de vento se dividiu e passou sem me atingir. Os "olhos" que vi antes brilharam, o tornado ficou ainda mais forte e aumentou de tamanho, puxando com muita força em sua direção. Inicialmente tentei resistir, mas então pensei que poderia usar aquilo como impulso. Pulei pra frente e quando estava próximo o bastante dei um corte de cima pra baixo no local onde os "olhos" estavam. O vento uivou, pareceu tremer  e se abriu no meio com um som de explosão. Os "olhos" começaram a brilhar e se transformaram em uma esfera que parecia um vento branco, que começou a se mover na direção da joia no peito da armadura sendo assimilada e se tornando manoplas que iam até os cotovelos.


Hikaru veio correndo me chamando de louco, que eu não devia ter feito aquilo e como for the fucking hell eu tinha conseguido cortar o vento. Eu disse a ela que Ariana tinha me dado aquele toque e tentei mudar a intenção da espada de acordo com o que eu queria fazer, o que PRA NOOOOOOSSA ALEGRIAAAA deu certo.

Com esse novo selo assimilado, só nos restava ir ao ponto mais próximo, a torre da qual Ariana havia falado, onde poderíamos encontrar o tal objeto que nos ajudaria a liberta-la de sua prisão.

Gaia (10)

<ta foda de digitar isso aqui, eu tenho tudo que acontece até o final da história na cabeça, mas a bagaça não quer sair de jeito nenhum x.x>

Os dias foram se passando. Hordas e hordas de monstros apareciam de todos os cantos. A armadura do guardião do fogo aumentava exponencialmente meu poder de fogo, deixando-o mais forte, bem como fez com que eu aprendesse a usar magia no elemento fogo, dentre elas um tipo de proteção sobre a pele que queimava ao contato. Extremamente útil contra os cabeçudos caso eles tentassem nos agarrar e desaparecer, fosse onde quer que fossem quando faziam isso.

A armadura também tinha um tipo de jóia que "guardava" a espada enquanto eu não a estivesse usando. Cara, isso era muito conveniente. Não ia precisar ficar carregando ela pra cima e pra baixo, por mais que ela fosse foda era meio chato ter que ficar me preocupando em estar carregando a retalhadora.

Eu havia começado a imaginar qual seria o elemento do próximo guardião e que tipo de problemas teríamos contra ele, mas após algum tempo deixei esses pensamentos de lado e passei a prestar mais atenção em Hikaru. Já haviam alguns dias que ela estava meio depressiva. Não quis perguntar diretamente, pois era meio claro que o que ela sentia era falta de suas amigas. Seu rendimento havia caído inclusive durante as lutas onde ela ficava distraída. Se não fosse por essa nova magia que queimava nossos agressores talvez algum cabeçudo tivesse conseguido leva-la. Numa das noites em que acordei, notei que minha companheira não estava conseguindo segurar a saudade e chorava profundamente em silêncio. Fui até ela e passei um bom tempo conversando com ela deitada no meu colo até que finalmente consegui fazer ela dormir. Ainda passei algum tempo antes de conseguir dormir.

Enquanto dormia, vi as marcas dos guardiões no mapa e senti aquela forte presença mágica vinda de algum lugar novamente, as desta vez eu consegui visualizar no mapa de onde ela se originava, embora não houvesse nenhuma marca no mapa. Ergui a mão em direção àquele ponto do mapa e assim que o fiz ouvi a mesma voz das outras vezes dizendo que aquele era o local onde ela estava aprisionada. Seu nome era Ariana e ela passou algum tempo descrevendo os fatos acontecidos naquele mundo.

Séculos atrás, Haigan (!!) havia encontrado aquele mundo enquanto vagava pelo universo em busca de energia mágica para se alimentar. Decidido a absorver tudo que pudesse da energia mágica que cobria o planeta inteiro, invadiu o Templo de Cristal, centro de toda magia de lá. Para impedir que Haigan absorvesse essa energia e causasse o colapso do planeta, os Archmages reuníram-se e entraram em acordo sobre o que deveria ser feito, como não tinham poder suficiente para derrota-lo mesmo todos juntos, resolveram concentrar toda a energia mágica existente em um único ponto e dividir o resultado em algumas partes ocultando a sua presença para que não pudessem ser sentidas por seu nêmesis. Para tanto, seria necessário sacrificar suas próprias capacidades mágicas para criar uma barreira que impedisse que essa energia fosse sentida. Com isso, os poucos remanescentes dessa raça que habitava esse planeta e viviam no Templo abriram mão de suas vidas em favor de seu planeta, apenas uma pessoa dessa raça ficou de fora desse sacrifício, ela teve uma visão de que um dia, surgiria alguém que conseguiria por um fim a insaciável fome de Haigan. Essa pessoa era Ariana, que para dar tempo aos ArchMages de completar o selamento, ficou no caminho de Haigan. Este, devido ao tamanho da magia de Ariana, não podia destruí-la, por isso a prendeu numa parte afastada do mundo mantendo-a neste estado desde então e usando de sua magia para alimentar sua fome.

Tendo aprisionado Ariana, Haigan seguiu até os Archmages, que com a entrada abrupta e repentina de seu inimigo, tiveram tempo apenas para enviar a energia mágica concentrada por um vortex dimensional para espalha-la pelo mundo. Nesse ponto seu plano foi um sucesso, mas como Haigan chegou mais rápido do que previam, não tiveram tempo de fechar o vortex, o que permitiu que Haigan invadisse outros mundos para dominar e absorver mais e mais energia mágica. Como haviam usado toda sua magia para criar o vortex e espalhar o massivo montante de energia que criaram, foram mortos rapidamente. Percebendo que Ariana mesmo presa parecia acumular energia mágica o suficiente para conseguir sair da prisão, Haigan selou sua mente para cortar o contato com o corpo. Ariana antes que o selamento fosse concluído, concentrou toda a energia que pode para que sua mente permanecesse consciente o maior tempo possível.

Com isso o tempo passou, dias, meses, anos e séculos, Haigan invadiu incontáveis mundos, destruiu civilizações, até que percebeu que o vortex não apenas podia leva-lo a outros mundos, como também a realidades diferentes, dando a ele uma fonte infinita de alimento e aumentando cada vez mais forte. Com essa abundância de energia, criou Haigani para ajuda-lo em sua busca para saciar seu desejo por cada vez mais energia.

Após contar essa história, Ariana sugeriu que eu visitasse uma torre que ficava no noroeste do mapa onde eu via as marcas dos guardiões. Lá eu encontraria um objeto que seria útil que ajudaria a desfazer o feitiço que a prendia. Vendo pelo mapa, o lugar ficava mais ao norte de onde o quarto guardião se localizava. O único problema seria ter que atravessar um pântano para chegar ao local sem contar os tipos de monstros que poderiam haver pelo caminho.

Acordando na manhã seguinte, já tinha em mente o que deveria fazer por um bom tempo. E ainda precisava contar a Hikaru o que Ariana havia me contado.

Gaia (9)

Continuando nossa caminhada em direção ao próximo selo, Hikaru parecia estar se cansando mais rapidamente. Perguntando se ela estava se sentindo bem ela respondeu que  que sim, mas que já fazia algum tempo que o calor vinha aumentando. De minha parte não podia confirmar ou negar este fato, já que eu não sentia calor (realiza, verão, sol na moleira, CALOR, muito, MUITO calor pra te deixar suando feito um porco, MAS você não fica assim porque você pura e simplesmente NÃO sente calor, é ou não é o paraíso?).

Continuamos pelo restante do dia até que anoiteceu e preferimos parar. Eu  fiquei precupado com Hikaru. Pela expressão em seu rosto ela não se sentia nada bem e dizia que o calor estava aumentando demais. Eu estranhei, por mais quente que o dia estivesse não deveria deixa-la assim, então tentei usar minha magia de água para que ela lavasse o rosto (é, eu estava com 1001 utilidades ^^) e enquanto isso olhei novamente o mapa, vendo que estávamos bem próximos do novo selo. Na verdade, deveríamos chegar a ele a qualquer momento. Mesmo assim, por já estar escuro e por Hikaru não estar bem eu achei que seria melhor descansarmos. Como medida de segurança achei que usar o escudo de água seria uma boa idéia, assim nenhum monstro nos pegaria de surpresa, mas assim que eu usei a magia em Hikaru ela mudou sua expressão ficando mais aliviada e falou que a sensação de calor havia sumido.

Eu estranhei um pouco aquilo, porque o escudo faria a sensação de calor passar? De qualquer jeito, era um alívio que Hikaru estivesse bem de novo e sem sentir aquele terrível incomodo como se estivesse derretando acabou dormindo bem rápido. Eu ainda fiquei acordado por um bom tempo pensando na vida (como sempre faço até hoje aliás ¬¬), até que finalmente os braços da deusa do sono me envolveu e eu caí em sua graça dormindo como um anjo. :P

Dessa vez eu sonhei com os selos. Via flashes com suas presenças e pude sentir que algo me dragava a si.

Acordei com o sol no rosto. Parecia um belo dia. Hikaru já estava acordada e comia algumas frutas. Terminando, levantamos e seguimos em direção ao selo. Achando que o escudo não seria necessario por enquanto desfiz a proteção sobre a gente e instantaneamente Hikaru cambaleou segurando-se em uma árvore. Dizia estar ainda mais quente que antes e eu senti uma reação da espada. Na hora eu pude sentir o selo que estava bem perto, assim como o guardião. Havia uma familiaridade ali, algo em comum que eu tinha com o selo. Então finalmente entendi a situação e usei o escudo de água novamente em Hikaru, fazendo com que o mau estar passasse imediatamente.

Esse guardião representava o elemento fogo, que tanto pode destruir quando acalentar e purificar. Pela minha cara Hikaru percebeu que eu descobri que algo estava acontecendo e me perguntou o que era. Respondi de imediato explicando para ela que aquilo era influência do guardião do selo.

Fomos nos aproximando do local e pude ver um tipo caverna numa grande fenda no chão. Tive certeza que o lugar era ali. Tinha começado a estender a mão para Hikaru para descermos juntos quando senti novamente aquela sensação de ser chamado por alguma coisa. Parecia estar querendo compartilhar algo.

Decidi ir sozinho, para protestos furiosos de Hikaru. Tentei explicar a ela, mas não sabia como o fazer, então eu tive que PEDIR que ela deixasse eu cuidar dessa sozinho. =/ Não que ela fosse ficar lá de cima entediada, na mesma hora que eu fui começar a descer a fenda hunters começaram a pular de tudo quanto foi lado. Hikaru disse que eu podia ir que ela cuidaria deles. Adimito que fui meio que a contra gosto. Sei lá, fome de Exp. Points preocupação , né? Por isso entendia que ela quisesse vir comigo. Mas o problema era que o guardião estava chamando a MIM ou eu a levaria comigo. Elemental Afinity, sei lá.

Lá dentro, pude sentir a presença do guardião cada vez mais forte indo pelo lado esquerdo. Seguindo por aquele caminho, ilumindando a caverna usando meu próprio fogo, não tardou para começar a ver o mesmo tipo de incrições da caverna da cachoeira. Mais a frente, assim como antes, havia um altar, mas desta vez havia uma pequena ânfora sobre ele de onde podia-se sentir um grande poder mágico. Ind em sua direção um brilho vermelho foi ficando mais forte a medida que eu me aproximava e assim que a toquei o brilho se incendiou, fazendo inclusive com que eu sentisse seu calor (o que era realmente muito estranho para mim). Não me queimava, mas dava para sentir que era bem quente. Pegando a ânfora com as duas mãos seu interior se agitou e eu pude sentir o guardião se comunicando comigo.

Nesse instante a ânfora se inflamou e sua chama me envolveu. Cara, pense naquela expressão "com o peso do mundo nas costas". Foi bem assim que eu comecei a me sentir. Parecia que a chama estava me esmagando. Meio que instintivamente, eu tambem me inflamei com meu próprio poder como que para conter a pressão da ânfora. Parecia um cabo de guerra invertido, em que eu empurrava e não puxava a corda.

As inscrições começaram a se acender como que em chamas num brilho vermelho semelhante ao da ânfora, no sentido de dentro da caverna para seu exterior. Aquilo parecia me guiar naquela direção e obedientemente eu fiz o que me era "indicado". Quando pude ver o salão logo abaixo da fenda por onde havia entrado na caverna vi que agora existia um grande círculo incandescente repleto com letras isimilares às das inscrições das paredes da caverna. O meio do círculo era o único ponto em que não estava assim e resolvi que deveria ficar ali.

Lá de cima, Hikaru observava preocupada sem entender o que se passava, obviamente já havia ganho toda a Exp. dado cabo dos monstros. Assim que me posicionei no meio do círculo, o interior da ânfora se agitou novamente e a pressão a minha volta aumentou. Precisei me esforçar para me manter em pé enquanto a chama da ânfora ficava cada vez mais forte até que finalmente a ânfora se incineou e um tipo de bola de fogo se espalhou pela sala com uma pressão enorme. O calor era absurdo, especialmente por eu que era invulnerável ao fogo o estar sentindo. Claro que numa situação dessas nós tentamos nos proteger com os braços na frente do rosto. Foi o que eu fiz, mesmo não sendo queimado.

Quando a bola de fogo se dissipou do salão eu estava, finalmente, na presença do guardião do selo do fogo. Hikaru se preparou para atacar, mas eu me virei e pedi para que ela parasse. Ela fez uma cara confusa e perguntou porque não deveria. De frente para ela e de costas para o dragão eu respondi com outra pergunta: "Ele não está atacando está?" Hikaru então baixou sua espada e concordou. Eu agradeci e pedi que deixasse eu resolver aquilo, virando-me novamente para o dragão.

Este fitou meus olhos por um momento e uma aura incandescente o envolveu, tornaram-se chamas em seguida. A mesma pressão de antes me envolveu novamente e eu precisei mais uma vez recorrer as minhas próprias chamas para "competir" com o guardião. O dragão como se mudando de forma física tornou-se completamente de chamas e me envolveu como uma serpertente envolve suas vítimas para constricta-las (nem sei se essa palavra pode ser usada assim, mas whatever ^^) até a morte. A diferença que ele não estava me constrictando, apenas estava em volta de mim exercendo a pressão de suas chamas que parecia tentar me esmagar. Com minhas próprias chamas eu "afastava" aquela sensação o máximo que podia.

Até que num momento, respirando fundo, consgui manter um padrão elevado e constante de inflamação que reteu a pressão do fogo do guardião. Seus olhos brilharam e ele me envolveu completamente. Brilhando, suas chamas foram me cercando até que desapareceram, deixando apenas uma armadura como aceitação de um novo mestre para para o guardião do fogo.

O círculo desapareceu e as incrições das paredes da caverna se apagaram, assim como a presença do dragão que agora era sentida apenas na armadura. Sem mais o que fazer, voei até a superfície onde Hikaru me aguardava.

De volta a floresta, Hikaru perguntou o que houve> Expliquei então, que o guardião havia me guiado até ali para me testar e como eu consegui entrar em ressonância com ele fui aceito. No insntante seguinte, senti uma forte presença que se espalhou vinda de longe. Hikaru não pareceu perceber nada, mas a presença era realmente forte.

Amesma voz que falava comigo enquanto dormia falou novamente, e dessa vez eu não estava dormindo. Disse que tendo libertado este segundo selo a proteção que continha sua consciência foi desfeita, me agradecendo por isso.

Em seguida a voz se calou novamente, me deixando com ainda mais dúvidas sobre o que estava acontecendo.

Gaia (8)

Frustração. Essa era a palavra que melhor me descrevia naquele momento. Umi e Fuu desaparecidas, Dani e agora parte dos X-Men mortos. Uma pesada e dolorosa sombra negra havia caído sobre mim. Eu havia seguido em frente mesmo após o ocorrido com Dani no intúito de fazer Haigan pagar pelo que fez, tentando não pensar naquilo, mas com estas novas mortes tudo explodiu e começou a me atormentar.

Meu estado psicológico caiu para o desespero. Eram amigos muito queridos que eu havia perdido e tudo de repente pareceu não ter mais sentido.

Hikaru tentou me "acordar" daquele estado sem sucesso. Dizia que devíamos sair dali não apenas porque poderia ser perigoso como também pelo lugar não estar me fazendo bem, mas eu não respondia. Pediu de todo jeito e nada de resposta de minha parte.

Sem saber mais o que fazer, me pegou pela mão e me puxou pra cima, me "arrastando" em seguida. Eu estava andando como morto vivo, mais mecanicamente do que com a intenção de assim o fazer. Ela me levou pra bem longe de lá e finalmente decidiu parar, sentando-se junto de uma árvore para se recostar e descansar. Viu que eu havia ficado ali em pé parado e gritou chateada comigo, mas vendo que não havia reação de minha parte levantou novamente e foi me buscar. Sentou-se novamente no mesmo lugar e me puxou pra baixo para que me sentasse ao seu lado.

Pobre Hikaru, deixou de lado seu próprio sofrimento para tentar me animar e eu ali igual a um zumbi, apenas ouvindo o que ela dizia sem realmente escutar o que era aquilo. Uma hora as lágrimas simplesmente começaram a cair, mesmo eu estando em estado de choque e sem conseguir sentir o que realmente acontecia. Como da vez da cachoeira, Hikaru me deitou em seu colo, onde acabei dormindo muito tempo depois.

Passou-se um dia em que Hikaru continuava a me arrastar pela floresta na direção em que íamos antes daquele incidente com os X-Men. Eu continuava na mesma, inclusive quando apareciam monstros e estes me atacavam. Não tinha como Hikaru fazer tudo ao mesmo tempo e sabe-se lá como nenhum dos dois acabou sendo pego pelos cabeçudos ou morto por trolls ou hunters. E após outra dessas incontáveis batalhas, parou para descansar.

Era ela quem estava começando a ficar deprimida, embora não a ponto de ficar como eu estava. Ela ainda continuava tentando "conversar" comigo para me animar, mas eu não demonstrava sinal de melhoras. Nessas horas ela virava o rosto tentando esconder suas lágrimas.

Em um dado momento, resolveu buscar alguma frutas para comer e tentar me fazer comer, eu ainda estava ferido pelos ataques dos X-Men, mesmo não sendo nada grave, além de não ter comido nada desde antes da luta. Ela disse que não demoraria e que eu podia esperar por ela ali.

Quase instantaneamente após ela sair, a mesma voz da cachoeira novamente veio à minha mente e começou a dizer algo que da mesma forma que acontecia com Hikaru, eu ouvia, mas não escutava. <now playing: Final.Fantasy.VII - The.One.Winged.Angel.mp3> Em seguida, uma figura negra apareceu como que do vento e veio andando em minha direção, parando bem na minha frente. Usava uma armadura azul escura e uma máscara encobrindo boa parte do rosto. Obviamente que eu não dei atenção a ele, não importando quem fosse ou o que dissesse.

Enquanto falava o que quer que fosse senti um gélido ar frio que não sabia de onde vinha e de repente uma longa espada de gelo estava em sua mão direita. Este frio começou a se espalhar e me envolver fazendo com que eu sentisse como se estivesse congelando. Hikaru apareceu e ao ver o picolé com aquela espada na mão soltou as frutas e puxou sua espada perguntando quem ele era. O cara riu, levantou sua espada e atacou Hikaru. Ambos começaram a lutar, mas não havia uma definição sobre um possível resultado.

Magias começaram a ser usadas por ambos os lados, sendo que o novo adversário usava magias baseadas em gelo, enquanto Hikaru usava suas magias de fogo mais como defesa do que propriamente como ataque. Após alguns minutos de luta, Hikaru ficou próxima a mim e o picolé ambulante de frente para nós a alguma distância. Novamente usou sua magia contra Hikaru que se defendeu usando sua própria. Nosso atacante riu e começou a conjurar sua magia novamente enquanto Hikaru preparava sua própria. Ambos lançaram suas magias ao mesmo tempo. Entretando, Hikaru foi pega de surpresa pois o alvo dessa vez não foi ela e sim eu.

Hikaru pulou para o lado me arrastando junto com ela e embora a magia não tenha me acertado atingiu parcialmente minha companheira, derramando seu sangua sobre mim. Ela tentou levantar novamente, mas caiu de joelhos e equilibrou-se em sua espada tendo dificuldades para respirar.

Com o sangue de Hikaru no rosto, em minhas mãos e vendo-a ferida em minha frente, pude sentir meu coração batendo rápido. Nesse momento, as palavras que eram ditas pelo nosso agressor chegaram a meus ouvidos. Disse que os planos de seu pai para usar meus amigos contra mim mesmo parecendo ter falhado funcionou melhor que o esperado, sendo que agora só era preciso me matar para se livrar de qualquer resistência.

As palavras "usar meus amigos contra mim" deram um efeito extremamente emputificante (o.O) em mim. Se eu havia entendido direito, aquele cara seria filho de Haigan, que teria usado os X-Men sabe-se lá como contra mim. Além disso, agora que minha ficha tinha caído eu tinha me tocado que ele não só estava atacando Hikaru como havia ferido ela de maneira meio grave.

A culpa por ter entristecido Hikaru começou a me doer e fechei as mãos de raiva. Eu olhei na direção de nosso agressor, mas antes de qualquer reação minha Hikaru com muito esforço se levantou dizendo que protegeria qualquer amigo dela não importava como e derrotaria qualquer um que tentasse feri-los mesmo que custasse sua vida. Isso fez com que eu abaixasse minha cabeça de vergonha e chorasse em silêncio.

O homem riu alto e fez pouco caso de Hikaru, preparando uma nova magia. Hikaru tentou se posicionar para lançar a sua mas caiu de joelhos novamente e quando o ataque foi lançado contra ela eu me posicionei em sua frente usando o escudo de água para nos proteger.

Tanto Hikaru quanto o picolé me olhavam enquanto ainda com a cabeça baixa eu me desculpei com Hikaru. Ela sorriu e ao dizer que ela podia deixar aque eu a protegesse fez que sim com a cabeça. Eu me abaixei e carreguei Hikaru até uma árvore onde a deixei recostada. Vendo seu ferimento e o quanto aquilo a causava dor senti que minha magia novamente se alterava  para se adaptar as minhas necessidades. Com isso, à um simples movimento um novo tipo de magia nos envolveu curando todos os nosss ferimentos. Disse para Hikaru descansar e me virei para nosso inimigo.

O da armadura azul não pareceu gostar do que viu e começou a reclamar de algo. Eu disse que não importava mais quem eles fossem, por terem ferido meus amigos iriam pagar, fazendo o meliante rir novamente. Disse que seu nome era Haigani e não importasse o que nós tentássemos seria inútil pois nunca conseguiríamos derrota-los.

Agora foi minha vez te atacar. A espada deixada pelo dragão parecia estar respondendo a meus pensamentos. Cada movimento que eu fazia era como se fosse auxiliado por ela. Haigani parecia surpreso e conseguia apenas se mover para trás. Juntando toda a frustração que senti até aquele momento, golpeei com toda força fazendo com que a espada brilhasse em vermelho e ficasse em chamas. Quando as espadas se chocaram, a espada de Haigani se quebrou e eu ainda rasguei sua armadura abrindo um grande ferimento em meu nemesis.

Haigani cambaleou para trás enfurecido. Amaldiçoando a tudo que pudesse se lembrar e resmungando algo sobre não ser possível a espada ressoar comigo, disse que aquela não seria a última vez que nos veríamos e criando um bloco de gelo em torno de si e quebrando este aos pedaços, desapareceu.

Voltei até Hikaru para ver como ela estava. Ela sorria e disse estar feliz por eu ter me recuperado. Eu disse que isso só aconteceu por ela ter cuidado tão bem de mim, agradeci por isso e me desculpei por preocupa-la novamente. Depois descansamos um pouco e seguimos em frente com nossa amizade fortalecida.

--Continua--

Gaia (7)

Depois de contar a Hikaru sobre o que me foi “esclarecido” conversamos sobre o assunto e decidimos ir mesmo atrás desses selos. Terminamos de descansar e levantamos para seguir em frente. O resto do dia foi longo e cansativo. Mesmo não encontrando nem um simples cabeçudo, devemos ter andado pelo menos umas três vezes o comprimento da Terra Média. Fala sério, foi chão bagarai.

Mesmo após escurecer ainda andamos um pouco, até que finalmente decidimos parar e encerrar o longo e cansativo dia. Fizemos uma pequena fogueira para esquentar um pouco e discutimos mais um pouco sobre as coisas que aconteceram. Doía olhar para trás e lembrar de Dani, bem como fazia eu me sentir inútil por não ter conseguido ajudar Umi e Fuu.

Não passou muito tempo e percebi que Hikaru já havia dormido, era possível ver em seu rosto antes disso que ela estava exausta. Após um tempo eu peguei no sono e também dormi.

Mais uns dias se passaram em que apenas encontrávamos cabeçudos, trolls e os agora também constantes hunters, mas as lutas com Haigan e o dragão foram tão duras e complicadas que provavelmente ganhamos vários leveis por permanecer vivos ao final da batalha agora esses monstros já pareciam ser tão fáceis quanto tomar um copo com água, por isso passaram a ser apenas fonte fácil e rápida de Exp. Points atraso de vida pra gente.

Eu havia descoberto que poderia ver o mapa daquele mundo e a nossa localização a qualquer hora que quisesse usando a espada, mas estranhamente apenas eu podia ver as marcas indicando os selos, Hikaru dizia que não conseguia ver mais nada.

Map of Gaia

Nesse meio tempo, inclusive, também percebi que eu havia “aprendido” a usar magia. Aparentemente usar a espada em batalha não era o único benefício de se quebrar os selos, eles também me proporcionavam o conhecimento para esta nova habilidade e utilizando essa magia recém descoberta nos cabeçudos foi possível desenvolve-la a ponto de conseguir utiliza-la não apenas para ataque quando para defesa, idéia que tive lembrando da barreira de vento de Fuu. Nesse ponto eu tive a ajuda de Hikaru para usar sua magia em mim até aperfeiçoar o escudo de água, que se manifestava como uma forte corrente de água que impedia o movimente de qualquer coisa na direção do que fosse protegido (foda, pqp :D). As magias tanto de ataque quanto de defesa eram de água, o que me parecia lógico, já que o dragão que derrotamos era de água.

Acho que haviam se passado mais dois dias (sim, ACHO, como falei anteriormente não conseguia ter uma noção de tempo muito boa por lá) quando aconteceu de após Hikaru ter dormido eu ouvi um barulho atrás de um arbusto e levantei rapidamente para ver o que era. Já ia acordar Hikaru quando vi uma garota em meio às árvores. Tinha quase certeza que havia reconhecido alguém, mas devido à escuridão não dava pra ter certeza. Usei o escudo de água em Hikaru e fui atrás da garota, que correu até chegar num campo aberto, onde parou e virou-se na minha direção.

Ali, com o brilho forte das quatro luas daquele mundo, tive certeza que aquela era mesmo quem eu pensei ter visto, Jubilation Lee, aka Jubileu dos X-Men. Cara, encontrar aquela doida ali me deu uma alegria enorme.

Perguntei porque ela correu daquele jeito e ela riu. Logo em seguida fui atingido pelas costas (epa, lá ele ) por algo que só percebi o que era ao me virar com uma certa dificuldade e ver ao longe Ciclope, já se preparando para usar outra de suas rajadas ópticas, mas eu consegui sair voando de onde estava antes de ser atingido novamente (e sim, a ameba aqui mesmo saindo sozinho noite adentro atrás de alguém que ele não tinha certeza de quem era mesmo usando o escudo de água em Hikaru sequer pensou em usar a mesma magia em si próprio). Tentei racionalizar e entender o que estava acontecendo conversando com eles, mas a única resposta que eu tive foi Vampira descendo do nada e dando uma bela (bela só se for na pqp ’) pesada na cara deste infeliz branquelo (sim, Bah, você não é a única que tem esse título, HUAHAHAHAHAHA) que ainda tentou usar o campo telecinético, pero, tarde demais, o que resultou com minha cara na chon uma vez mais.

Dessa vez eu tomei vergonha na cara e usei o escudo de água em mim, já que a temporada de caça a minha pessoa tinha sido aberta sem que eu soubesse disso. Um a um os X-Men foram aparecendo, ou pelo menos os da equipe azul (Ciclope, Wolverine, Fera, Gambit, Vampira, Psylocke e Jubileu, sinceramente na tenho a mínima idéia da formação dos X-Men hoje em dia, a última vez que li ainda tava assim x.x ). O próximo a tentar me espancar foi Gambit, lançando uma pedra com energia suficiente para matar alguém, mas o escudo de água reduziu o dano e “apenas” me tacou longe e na chon DE NOVO. Eu já tava ficando maluco com aquilo, porque os meus amigos estava me atacando? O que diabos tinha acontecido? Wolverine caiu dentro e instintivamente eu coloquei a espada na frente. Também rapidamente, eu achei que aquilo não era uma boa idéia, já que o Adamantium de suas garras cortam basicamente TUDO que tenha a infelicidade de ficar em seu caminho, mas a espada agüentou perfeitamente, provavelmente por ter propriedades mágicas.

xmenblue

Enquanto segurava os ataques de Wolverine eu tentava falar com eles para que me dissessem o que estava acontecendo, mas ninguém dizia uma palavra e num rápido movimento pelas costas (DE NOVO?) Psylocke fez a única coisa que conseguia realmente me atingir ali, adaga psíquica na cabeça. Cara...minha felicidade é que eu tinha resistência psíquica e ainda conseguia agüentar um pouco, mas que aquilo doía bagarai doía.

Naquele meio tempo todo mundo tentava promover um massacre contra minha pessoa, mas felizmente o escudo de água estava conseguindo segurar o dano, mas o ataque de Betsy (para os íntimos, o que é encurtamento de Elisabeth, nome real de Psylocke, pra quem não conhece) estava fazendo um dano maledeto e quando percebi estava no plano astral (eu não tenho nenhum tipo de poder psíquico para ir pro plano astral, por isso, aquilo foi meio assustador o.O) onde vi Betsy presa por alguma coisa que se parecia uma esfera de luz. Aquilo era meio bizarro, Betsy tem poderes psíquicos bem fortes e para ser presa no plano astral daquele jeito tinha que ser por alguém muito mais forte que ela. Sendo o plano astral, nada de natureza física adiantaria, como bem diria o velho Professor Xavier, isso me deixou meio perdido inicialmente já que eu ainda não havia me acostumado a estar sempre usando magia, mas quando lembrei dessa minha nova habilidade usei-a imediatamente contra aquela coisa iluminada libertando Betsy. Apesar de no plano astral aquilo aparentar ter demorado alguns instantes, no plano físico foi quase instantâneo, e assim que Betsy foi libertada me soltou e usou sua adaga psíquica em quem estava mais próximo no momento, Wolverine, também libertando o cajun do controle mental que ele estava submetido. Percebendo isso, Ciclope e Gambit lançaram seus ataques contra meus agora livres amigos, mas eu os impedi usando o escudo de água para protege-los, arrancando um “whatahell!?” de Wolverine que não estava entendendo patavina do que estava acontecendo e querendo saber de onde eu tirei aquela habilidade. Claro que o momento não era o melhor para se tomar um chá e colocar os papo em dia, então deixamos a conversa de lado (até porque ia ser meio demorado explanar tudo).

Com a telepatia de Betsy era fácil de armamos um plano, então decidimos dar um jeito de conter nossos colegas para Betsy retirar o controle mental que os controlava. Mais fácil falar que fazer, principalmente com o Gambit e Fera que tem uma agilidade miserável para alguém querendo segura-los. Após algumas tentativas frustradas e tentar pegá-los na marra, tive uma resposta de minha magia, que parecia me informar que continuava evoluindo e “vendo” os ataques do dragão empurrando a mim e a Hikaru para longe mesmo usando meu campo telecinético para tentar resistir eu já sabia como agir.

Dando um passo a frente, conjurei a magia de água que o dragão demorou alguns instantes quase que instantaneamente e como toque pessoal utilizei um misto desse ataque com o escudo de água para prender meus amigos e conter qualquer tipo de movimento que eles pudessem tentar fazer (pensem num cidadão com a maior cara de besta vendo o que podia fazer =O).

Wolverine não se agüentou mais e quis saber como eu aprendi a fazer aquilo. Eu disse a Betsy que ela podia usar a adaga psíquica para libertar os outros sem se preocupar agora, então virei para o cajun e comecei a explicar as coisas que tinham acontecido, mas do nada, uma presença extremamente forte surgiu no céu sobre nós. Aquilo me deu calafrios. Aquela mesma “rede” na qual eu havia me chocado antes e me deu aquele puta de um choque estava brilhando e acumulando energia vinda de todas as direções bem acima de nós. Eu mal podia me mover de tão poderosa que era aquela sensação. Todos os X-Men ali começaram a se debater sentindo dor. Betsy mentalmente me disse para fugir dali. Eu comecei a argumentar, mas ela “gritando” disse que eu precisava sair dali rápido ou todos iam morrer e que aquela energia sobre nós estava ligada a alguma coisa que tinham colocado neles antes de serem enviados atrás de mim. Se eu tentasse levar qualquer um deles a energia se dividiria proporcionalmente por quantos dos X-Men eu levasse comigo.

Não importava o que ela me dissesse, eu não queria sair dali e abandonar meus amigos daquele jeito. Quase que instantaneamente a isso, Hikaru chegou onde estávamos e perguntou o que estava acontecendo. Betsy disse para ela me arrastar dali rápido, mas ainda assim eu não queria ir, mas numa jogada suja, Betsy me chantageou, dizendo que se eu não levasse Hikaru para bem longe dali o mais rápido possível ela ia morrer por minha culpa. Eu lembrei de Umi e Fuu por quem eu não pude fazer nada. Com raiva, carreguei Hikaru e saí voando dali por cima das árvores, e um pouco mais baixo que o nível da rede que brilhava cada vez mais, o mais rápido que conseguia voar. Instantes depois a energia acumulada caiu sobre o local em que estava a pouco com meus amigos gerando uma enorme explosão que ecoou pela floresta. Eu parei e olhei com pesar para trás.

Assim que a explosão se dissipou, eu voltei ao local e apenas para aumentar minha tristeza, ainda pude ver meus amigos desaparecendo exatamente igual a Dani.

Caindo de joelhos sem conseguir acreditar nos meus olhos, pude sentir o abraço de Hikaru.

--Continua--

Gaia (6)

Uma vez mais no escuro, eu sentia que precisava encontrar alguma coisa urgentemente. Olhava para os lados tentando encontrar, tentava correr, mas aquela sensação de estar pesado tão comum em sonhos, principalmente quando temos vontade de sair de onde estamos, não permitia que eu conseguisse.

Senti uma mão no meu ombro. Virei para olhar e vi o rosto de Dani em minha frente. Ela sorria enquanto olhava pra mim e eu tentava falar, mas não conseguia. Minha voz não saia e não conseguia ouvir o que ela pensava. Nem ao menos andar em sua direção era possível, era como se meus pés estivessem presos no chão.

Dani se aproximou e eu fiquei completamente imóvel. Aproximou-se, beijou meu rosto e me abraçou. Não disse uma palavra, mas assim que ficou tão próxima, as palavras "ele te espera atrás da nascente da vida" voltaram a minha mente, mas isso não importava agora. Dani estava na minha frente e por mais que eu quisesse abraça-la, eu não conseguia mover um músculo. O desespero tomou conta quando novamente vi a cena em que Haigan a acertava com o tridente enquanto eu não podia fazer nada. Ela tocou meu rosto trazendo minha atenção de volta para ela então falou "encontre-a, tudo depende de você agora."

Alguém batia no meu rosto, o que fez com que eu acordasse. Era Hikaru. Eu estava deitado em seu colo, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Tentei levantar, mas ela não permitiu, dizendo que eu precisava me acalmar. Tudo voltou a tona, o assassinato de Dani, o desaparecimento de Umi e Fuu, a queda d'água e o quase afogamento de Hikaru. A dor que eu senti era indescritível.

Com a voz trêmula, Hikaru perguntou sobre Umi e Fuu, e com pesar eu contei o que houve, pedindo desculpas por não conseguir ajuda-las. Hikaru virou o rosto, mas não escondeu as lágrimas. Sentei ao seu lado e nos abraçamos.

Ambos estávamos feridos pela batalha anterior e percebi que eu estava com fome. Com certeza Hikaru também deveria estar. Disse que ia procurar umas frutas e falei pra ela esperar descansando ali para se recuperar do choque.

Só após levantar prestei atenção onde nós estávamos. Era uma caverna atrás da queda d'água e mesmo ali dentro havia um pequeno filete de água. Fui em direção à queda d'água e vi que ela realmente escondia a caverna, não havia um caminho pelos cantos. De certa forma, tivemos sorte na hora de sair da água. Ainda mais com aquela infinidade de monstros atrás da gente, duas pessoas feridas com uma certa gravidade. A queda d'água era bem densa e eu preferi usar meu campo telecinético para passar por ela. Com cuidado, fui olhando de dentro dela para ver se não haviam monstros do lado de fora, mas o caminho estava livre. Saí e fui pegar algumas frutas.

Felizmente haviam "healing fruits" como nós havíamos decidido por chamá-las. Quando peguei uma quantidade que achei suficiente (vocês precisavam ver isso na prática para entender o que quero dizer, esse campo telecinético é útil de diversas maneiras ^^) voltei para a caverna onde comemos e descansamos um pouco enquanto os efeitos curativos das frutas faziam efeito.

Eu comecei a lembrar do sonho e lembrei do que Dani disse "ele te espera atrás da nascente da vida" e fiquei imaginando o que aquilo poderia significar. "Nascente da vida"...as palavras vagaram na minha mente e antes que percebesse, eu estava repetindo isso em voz alta. Hikaru percebeu e perguntou o que eu quis dizer. Expliquei a ela deixando-a pensativa como eu.

Novamente, reparei no filete de água corrente. Uma ideia me veio a mente. "Água, origem e fonte da vida" é o que dizem. Curioso, levantei novamente e segui aquele filete de água. Não havia prestado atenção antes, mas ele corria do fundo da caverna para fora. A caverna era um pouco funda e quanto mais para dentro íamos, mais escuro ficava, obviamente, mas nada que uma mão flamejante não pudesse resolver. :D

Após um breve momento, chegamos no fundo da caverna e ficamos surpresos ao encontrar um tipo de altar ali. Em cima do altar haviam algumas inscrições, mas nós não conseguíamos lê-las, já que não eram de nenhum idioma que conhecíamos (mesmo eu conhecendo alguns idiomas alienígenas o.O) e olhando ao redor encontramos desenhos nas paredes da caverna (que eu não consigo lembrar do maldito nome certo deles >:( ). Um aparentava ser um mapa, outro tinha o desenho de uma espada junto de algo que não era possível identificar devido ao desgaste do tempo.

Olhei novamente para o filete de água. Ele vinha diretamente da base do altar, onde reparando agora, havia uma abertura. Quando me abaixei e iluminei o lugar, vi que havia algum tipo de esfera ali embaixo e a água parecia sair diretamente dela.

"Ele te espera atrás da nascente da vida." Lembrei da voz que vinha ouvindo constantemente nos sonhos. Decidido, estiquei o braço para pegar a esfera e assim que a toquei ouvi novamente aquela voz de antes em minha mente.

"Os guardiões protegem os selos e representam cada qual um poder diferente."

"Acordei" do devaneio com Hikaru me puxando pelo ombro, mas como estava distraído deixei a esfera cair. Ela caiu em cima do filete de água, e ao toca-lo foi tomado por um brilho azul, juntamente com as escrituras e os desenhos das paredes, mesmo os que estavam desgastados.

O lugar foi tomado por uma presença sufocante. "Ele está vindo!" disse novamente a voz. Eu peguei Hikaru pela mão e voei o mais rápido possível para fora. Imediatamente toda a caverna começou a tremer e o filete de água explodiu lançando o que parecia ser toda a água da queda d'água atrás da gente e mesmo voando o mais rápido possível, a água nos alcançou e nos jogou para fora da caverna. Saímos do rio o mais rápido possível e eu perguntei se estava tudo bem com Hikaru, o que ela confirmou. Meu coração, não sei por qual motivo, batia mais rápido que o normal e a presença de dentro da caverna se aproximava cada vez mais. Hikaru puxou sua espada, sendo que assim que o fez algo saiu da queda d'água com uma força tão grande que parecia uma explosão. Da queda d'água, um enorme dragão azul nos observava. "O guardião", falei meio que em transe e, como se houvesse sido invocado, o dragão atacou.

<now playing: PhantasyStarOnline-CaveBoss.mp3> Batendo sua cauda no rio, uma onda gigante se formou e veio em nossa direção. Segurei Hikaru pela mão novamente para nos proteger com o campo telecinético e ainda assim a força da água nos arrastou um pouco para trás.

Aquilo era um absurdo, o dragão, que se parecia com uma grande serpente azul e alada, demonstrou ser incrivelmente forte. Novamente bateu a cauda no rio lançando outra onda sobre nós, mas desta vez eu voei por cima dela e lancei uma rajada de fogo, seguida por uma magia de Hikaru.

bluedragon

Aparentemente aquilo fez um bom estrago, já que o azulão cambaleou para trás. Logo após, cuspiu um jato d'água derrubando a mim e a Hikaru, mas rapidamente fui pra cima atacando pelos lados e Hikaru usava seus ataques mágicos de uma distancia mais segura.

Após acerta-lo com alguns ataques de fogo, um tipo de cristal azul apareceu em seu pescoço e com isso uma grande onda se espalhou para todos lados arrastando a mim e a Hikaru que ainda tentou ficar atrás de uma árvore, mas a correnteza foi ainda mais forte que antes. Meu palpite foi que o cristal fortaleceu seus ataques (Trance mode o.O).

Voltei para perto dele para continuar atacando e ele cuspiu outro jato d'água em mim. Tentei resistir, mas a força da água era forte demais e perdi o equilíbrio. Com isso, a rajada de fogo mudou de direção e o acertou no cristal em seu pescoço. O jato d'água parou com um urro do dragão fazendo com que eu e Hikaru percebêssemos o que tinha acontecido (ponto fraco, faix favor :D). Explorando esse detalhe recém descoberto, começamos a atacar diretamente o cristal, causando um bom estrago na lagartixa anabolizada.

Sendo descuidado, tentei me aproximar demais e acabei sendo acertado pela cauda do dragão voando longe e batendo de costas contra uma árvore.

O dragão se enrolou e abaixou a cabeça escondendo o cristal. Em seguida, seus olhos começaram a brilhar. Aí tinha coisa. Voei para junto de Hikaru novamente e ficamos aguardando, tinha certeza que alguma coisa vinha daí.

Como previa, o dragão levantou a cabeça e o que parecia ser toda a água do rio e da queda d'água veio pra cima da gente. Peguei Hikaru pelo braço (de novo) e tentei subir o mais rápido possível. Oh ilusão, a água mudou de curso, passou pelo lado subindo incrivelmente rápido e desceu em cima da gente nos jogando no chão com ainda mais força que nas vezes anteriores. Por mais que tentasse eu não conseguia resistir a força da água nos empurrando pro chão, então tentei ao máximo evitar o contato direto com ela. Oh ilusão [2]. A força da água estava tão grande que me lançou para um lado e Hikaru para o outro.

Quase afogados, levantamos mais "arrastadamente" que uma lesma e para não perder o costume da escola Sentai, em que os mocinhos apanham até o limite para no final enfiar um instant kill, nosso querido amigo azulão novamente entrou em modo compacto abaixando sua cabeça. Tentamos usar nossos respectivos ataques de fogo, mas não parecia surtir efeito algum.

Pensei no que podia fazer naquela situação. Se tentássemos fugir o escamoso viria atrás (epa!) da gente, o que não adiantaria nada. Atacar diretamente não estava surtindo efeito, pelo menos enquanto ele estivesse "compacto". Pensei que se acertasse-o enquanto estivesse com o pescoço levantado teria um alvo claro no cristal, mas quando eu me aproximei demais anteriormente ele me viu e atacou com a cauda. Mas espere, era isso. Visão. Por isso havia sido acertado antes. Chamei a atenção de Hikaru dizendo para ela usar sua magia de fogo sem parar em direção aos olhos do azulão assim que ele levantasse o pescoço e assim ela o fez.

Enquanto a magia de Hikaru estava encobrindo os olhos de nosso mais novo "amigo", eu voei em direção ao cristal em seu pescoço atravessando a magia de Hikaru e usando um combo do campo telecinético e do fogo para um dano dobrado. Assim que acertei o cristal, este brilhou forte e rachou. O dragão urrou por um momento e então calou-se. O cristal foi se rachando ainda mais até se partir em vários pedaços e desaparecer. O azulão começou a brilhar e mudar de cor, num azul mais parecido com água e diminuir de tamanho. Ao diminuir de tamanho foi mudando de forma, fazendo com que me afastasse desconfiado. Quanto mais diminuía mais brilhava até que "explodiu" num brilho branco deixando uma longa e bela espada flutuando no ar por uns momentos, até que caiu enfiada (epa!) na chon.

Quando isso aconteceu, novamente à voz voltou à minha mente "com os selos quebrados, o caminho para a esperança estará aberto. Encontre os selos e derrote os guardiões, os poderes necessitam de um novo mestre."

Tendo a voz desaparecido, fui até a espada e mesmo com os protestos de Hikaru, principalmente por ter atravessado sua magia (eu havia esquecido de comentar que tenho imunidade ao fogo x.x) para que eu tomasse cuidado retirei-a do chão. De relance em minha mente pude ver os outros guardiões, cada um defendendo um selo, tomado pela forma de um cristal, exatamente como o que havia no pescoço deste recém derrotado dragão de água. Em seguida, da pedra que havia na espada, uma projeção de um mapa exatamente igual ao que havia na caverna apareceu no ar, diferindo do anterior apenas por algumas marcas que eu conseguia identificar como os selos restantes. Haviam ainda mais sete e cada um estava bem distante um do outro (também, se tivessem perto um do outro nem teria graça, fala sério :D).

De qualquer jeito, após essa pequena e quase refrescante batalha, precisávamos descansar antes de partir para o próximo selo. Além do mais, eu precisava contar as "novidades" para Hikaru. Agora nós tinhamos um objetivo, mesmo ainda não sabendo o que aquilo significava.

--Continua--